Bem-vinda, Stella

Bem-vinda, Stella

Em meio a uma choradeira sem fim, um turbilhão de emoções e mais de 27 horas de trabalho de parto, chegava ao mundo aquela que mudaria nossa vida para sempre.


Sim, isso mesmo que você leu. Foram mais de 27 horas de espera entre o início do trabalho de parto e o nascimento da nossa pequena. Apesar das dificuldades, que te conto ao longo deste artigo, nossa princesa nasceu com muita saúde.

As primeiras contrações

Uma das tradições de muitas famílias é o famoso lanche no sábado à noite. E naquele sábado, dia 25 de setembro, não foi diferente.

Por estarmos vivenciando uma pandemia, decidimos evitar ao máximo sair de casa. Sendo assim, passamos a pedir lanches e outros tipos de comida para comer em nossa casa ou na casa dos meus sogros.

Como a Gabriela já estava no último mês de gravidez, decidimos pedir o lanche em casa mesmo e convidamos toda nossa família (meu sogro, sogra e minha cunhada) para comer com a gente. No meio daquela noite, a Gabi começou a ter as primeiras contrações, mas preferiu não falar para a família, apenas me avisou com olhares. Na hora a ansiedade começou a tomar conta de mim, mas me mantive firme para não alarmar a família, isso tudo aconteceu por volta das 9 horas da noite.

Ah, vale lembrar que a Gabi optou por contratar uma enfermeira particular para ajudá-la, já que o seu desejo era o parto normal.

Quando terminamos de jantar, todos foram embora e aproveitamos para entrar em contato com nossa enfermeira. Ela nos informou que as contrações estavam apenas no início e que deveríamos aproveitar para descansar, no caso da minha esposa “tentar descansar”. Com isso, fomos "tentar" dormir.

Partiu, hospital

Por volta das 3h da manhã as contrações aumentaram, acordei com a Gabi me chamando e entramos novamente em contato com a enfermeira.

Quando ela chegou em casa, realizou alguns movimentos com a Gabi e alguns exames de toque, para ter certeza de que estava tudo bem, e graças a Deus estava. Em um desses exames a bolsa estourou e então percebemos o quão perto estávamos do nascimento... Ou será que ainda não?!

Além dessa enfermeira, também contratamos uma fotografa para registrar os momentos através de fotos e vídeos. Aliás, essa foi uma das melhores decisões que tomamos, caso contrário, não teríamos registro algum do acontecido.

Após muito esforço, muitos exercícios e 15 horas depois, finalmente fomos para o hospital. Lembrando que tudo estava sendo monitorado pela enfermeira que contratamos.

Chegamos lá por volta das 7 horas da noite. A Gabi estava sendo monitorada o tempo todo pela enfermeira e vez ou outra pela médica, o processo de tentativa de parto normal continuou, só que em um dos quartos do hospital.

E quando o bebê não encaixa?

Tivemos a sorte de sermos atendidos pela mesma médica que estava nos atendendo nas consultas durante toda a gestação. Eu particularmente acredito que isso ajuda em algumas situações, por se tratar de uma pessoa que já tem todo histórico, afinidade e claro, a confiança da paciente.

Foram mais 11 horas de tentativa para o parto normal, infelizmente sem sucesso. Apesar disso, a Gabi foi muito guerreira, me surpreendi muito com sua força e determinação.

A decisão final

Não foi uma escolha fácil, principalmente para a Gabi que passou toda a gravidez planejando o parto normal, inclusive a escolha pela enfermeira foi devida essa opção de parto. Apesar de tudo isso, a Stella não encaixou de uma maneira que fosse possível realizar o parto normal sem causar maiores riscos a ela e a Gabi.

Desde o início tentei me preparar psicologicamente para esse tipo de situação, para poder ajudar a Gabi a tomar uma decisão mais sensata ou necessária, já que em momentos como esse, muitas vezes, é complicado para a mãe raciocinar sozinha. Conversei com ela, com a médica, com a enfermeira e decidimos pela cesariana.

Conhecendo minha filha

A Gabriela entrou no centro cirúrgico às 6h da manhã, do dia 27 de setembro, uma segunda-feira.

O que era para ser apenas alegria, se tornou um terror e passamos por mals bocados. Em breve farei um artigo apenas sobre esses momentos e sobre a importância do casal continuar unido em todos as fases do parto.

Só para contextualizar, minha esposa tem um problema na coluna, o que dificultou imensamente a aplicação da anestesia raquidiana (raqui) nela. Para se ter uma ideia, foi cogitado até mesmo a aplicação da anestesia geral, o que poderia fazer minha filha nascer sem vida para depois tentar ser ressuscitada. Mas, Deus é bom o tempo todo, começou a operar um verdadeiro milagre em nossas vidas e isso não foi necessário.

Após a anestesia raqui surtir efeito, fui chamado para sala para acompanhar o nascimento da minha filha. E foi a melhor hora da minha vida, um momento mágico e indescritível. Realmente só quem vivencia isso, sabe!

Nossa filha nasceu as 6h30m da manhã (por curiosidade, no mesmo dia de nossa afilhada Carol) com aproximadamente 3.720 quilos e 52 centímetros de comprimento. Bem roxinha, por sinal.

Após o nascimento, peguei-a no colo e não consigo descrever a sensação. Só de escrever agora, depois de quase 10 meses, ainda me emociono muito.

A maior e melhor experiência da minha vida

Hoje posso falar que tenho muito orgulho de algumas atitudes como pai. Entre elas a de participar do início ao fim do trabalho de parto, ao lado da minha esposa. Não a deixei por nenhum momento, com exceção das tentativas de anestesia, quando fui proibido de entrar na sala por alguns minutos.

Isso me proporcionou uma experiência que eu jamais irei esquecer e nos uniu ainda mais como casal.

Outro motivo de orgulho foi ajudar minha esposa no momento da escolha pela cesariana, inclusive aqui fica a minha dica para todo casal: conversem muito sobre o parto durante a gestação para que um possa ajudar o outro nesse momento.

Agradeço muito a Deus por olhar por nós naquele momento. Apesar de ser algo tão comum e rotineiro para a humanidade, o parto é algo muito perigoso e que nos dá muito medo, não importa o quanto nos preparemos para esse momento.

Tenho Fé que Jesus e Maria intercederam por nós naquele dia, e por isso, decidimos colocar o nome de nossa filha de Stella Maria.

Gostou? Então, fique por aqui e leia os próximos artigos!

Ah, conheça nosso Instagram, @loucurasdepai, lá você pode acompanhar conteúdos inéditos sobre minha experiência paterna e familiar.

Nos vemos lá. Até a próxima!


Autor(a)

Diego William


Tecnólogo em Sistemas para Internet, especialista em empreendedorismo digital, marketing digital e desenvolvimento de software.

Marido, pai, professor, empreendedor e programador.